“A Morte, que da vida o nó desata,
os nós, que dá o Amor, cortar quisera
na Ausência, que é contra ele espada fera,
e co Tempo, que tudo desbarata.
Duas contrárias, que ua a outra mata,
a Morte contra o Amor ajunta e altera:
ua é Razão contra a Fortuna austera,
outra, contra a Razão, Fortuna ingrata.
Mas mostre a sua imperial potência
a Morte, em apartar dum corpo a alma.
Duas num corpo o Amor ajunte e una;
por que assi leve triunfante a palma
Amor da Morte, apesar da Ausência,
do Tempo, da Razão e da Fortuna.”
A Morte, que da vida o nó desata
por Luís Vaz de Camões
O tempo passa, a obra fica e as pessoas seguem, por mais que custe deixá-las ir.
Quem hoje nos deixa não é mais um, é ‘O’ Homem.
Exemplo em tudo o que fez, foi quem nos permitiu existir ao criar a Universidade Autónoma, foi, pelos seus estudos Camonianos e pela ligação que criou entre a UAL e Luís Vaz de Camões, a razão de sermos Camoniana, a razão de prezarmos e cuidarmos do português à imagem do seu, sempre perfeito.
Foi Professor, foi um suporte fundamental da Tuna, e foi, acima de tudo, um Amigo, sim, daqueles com A maiúsculo.
É grande o pesar de ver alguém assim, Magnífico, deixar-nos.
Partilhamo-lo com a família, como o consideramos também.
O tempo passará, a obra será eterna e a pessoa ficará para sempre, nos nossos Corações.
Acompanhar-nos-à em espírito, onde estivermos, como o fez sempre.
Só aos grandes cabe tal capacidade de tocar quem os rodeia.
E ele foi. E é. E será.
Muito obrigado, Professor.