Há 21 anos, precisamente no dia 21 de Janeiro de 1992, um conjunto de jovens reuniu-se na “Adega Alcafache” e decidiu fundar a TUNA CAMONIANA “In Vino Veritas” da Universidade Autónoma de Lisboa “Luís Vaz de Camões”.
Nesse momento nenhum deles pensou no futuro da Camoniana… Nenhum deles terá pensado, 21 anos volvidos, comemorar mais um ano de existência da Tuna.
Para eles a Tuna era o momento, era a paixão pela música, pelo espírito académico e boémio e é devido a esses tunos e a todos quantos daí em diante, qual prova de estafeta, foram carregando o testemunho, que hoje aqui estamos juntos.
Vinte e um anos marcados por inúmeros momentos de música, alegria, companheirismo, mas também de dor e sofrimento, sobretudo pelo desaparecimento de algumas das figuras mais próximas das quais destacamos do Magnífico Reitor Justino Mendes de Almeida pela imensa saudade que nos deixou a todos.
A Tuna, fundada por um grupo decidido a fazer da música e da folia o seu modo de vida naquele distante 21 de Janeiro de 1992, não mais parou.
Gerações de tunos se sucederam e a Tuna foi crescendo musicalmente somando atuações em Portugal e no estrangeiro, com a aposta num repertório composto, no essencial, por músicas originais.
Foram muitos os desafios e metas a que nos fomos propondo… realizar um festival, gravar um CD, tocar cada vez melhor, aumentar o número e a qualidade dos Tunos, criar ligações cada vez mais fortes a Lisboa e à Academia, etc.
Ao fim de vinte e um anos de atividade podemos dizer que alcançámos muitos desses objetivos.
Na verdade, realizámos muitas edições do Festival CAMONIANO, que se tornou um evento de referência nacional para as Tunas, com homenageados de qualidade ímpar (tais como Beatriz Costa, Carlos Paredes, Amália Rodrigues, Fernando Pessa, Ruy de Carvalho, Eunice Muñoz, Raul Solnado, Fernando Tordo e Simone de Oliveira), gravámos 3 CD (“In Vino Veritas” e um CD single, ambos compostos apenas por originais, e um trabalho sobre os Lusíadas, denominado “Epopeia”), tocámos, cantámos e estivemos juntos em tantos e tão fantásticos momentos desde os palcos dos Coliseus até às mais humildes tabernas do Portugal profundo e genuíno.
Mas vinte e um anos depois muito mudou na sociedade, nas Universidades e nas nossas vidas pessoais e profissionais. Fizemos muitas coisas das quais nos orgulhamos mas sentimos que os últimos anos foram marcados por algum menor fulgor.
Sentimos muito recentemente a necessidade de nos juntarmos de novo e de reafirmar o espírito Camoniano que nos comanda, a amizade que nos une e a música que adoramos. Sentimos a necessidade de traçar em conjunto novos desafios e novos objetivos.
Por ocasião deste vigésimo primeiro aniversário da Camoniana sentimos que estamos mais vivos que nunca e, sobretudo, sentimos que temos muito por fazer.
Vivemos, de facto, momentos difíceis mas retomámos os ensaios regulares, voltámos a tocar as músicas novas e antigas, a trabalhar os arranjos, voltámos aos jantares e encontros… tudo isto com a mesma amizade mas com maior noção do imenso valor de estarmos juntos, ombro a ombro, em palco cantando as nossas músicas.
Decidimos que juntos vamos transformar o momento presente.
Estamos a dar corpo a uma Camoniana mais forte e mais unida, uma Camoniana que supera o Adamastor, uma Camoniana da qual nós e os nossos filhos nos continuemos a orgulhar.
Terminamos relembrando as palavras do nosso saudoso Reitor que nos momentos dos desafios difíceis e nos dias menos bons nos servem de alento e orientação, sobretudo porque ele, muitas vezes mais que nós próprios, nunca deixou de acreditar na Camoniana!
“Por tudo estamos gratos à Tuna, porque lhe devemos muito.
Que prossiga pelos caminhos do êxito, são os votos ardentes de quantos reconhecem que a Tuna Camoniana conquistou na história da UAL um lugar inamovível!
Que o futuro lhe reserve sucesso sempre crescente ao longo do novo milénio que se apresenta conturbado.”
(Justino Mendes de Almeida, breve mensagem por ocasião do 8º Festival Camoniano de Tunas)
Esperem por nós… vocês ainda não viram nada!